O aspecto natural é a característica que mais favorece o uso de pedras no jardim. Mesmo rústicas, elas dão um visual sofisticado a muros, paredes e pisos. Quatro projetos revelam as facetas desse revestimento eterno
Texto Thaís Lauton Fotos Edu Castello e Renato CorradiEsconder um muro de 4m de altura é um desafio. A primeira alternativa viável geralmente é o plantio de trepadeiras para encobrir a parede e dar profundidade ao jardim. Nesta casa paulistana no alto de Pinheiros, no entanto, essa possibilidade foi descartada por conta da presença de um lençol freático a 1m de profundidade do solo. Como solução, o paisagista Alex Hanazaki usou o muro para criar um cenário e dar impacto à área verde. a parede foi revestida com seixos rolados de rio, colocados um a um sobre um fundo de argamassa. O trabalho artesanal previu o encaixe de pedras menores nos vãos para tirar completamente a visão do cimento. maciços de fórmio (1) ladeiam a parede a fim de suavizar sua altura. O deque de itaúba frisada foi elevado na área de acesso à casa de máquinas da piscina. Alex aproveitou e fez do ressalto um banco. a jabuticabeira (2) ganhou mais terra, sustentada dentro de uma caixa de concreto aparente, que ficará encoberta com o tempo. isso porque, os aspargos-rabo-de-gato (3) foram estrategicamente posicionados no entorno para ninguém notá-la – tarefa nada difícil com tantos elementos para admirar.
Pedras moledo amenizam os 5m de declive deste terreno no morumbi, em São Paulo. Para dar um ar menos árido à entrada da casa, o paisagista Marcelo Faisal usou plantas, como o jasmim-amarelo (1). A espécie pendente cai sobre o muro e é contida com podas para não escondê-lo. maciços ascendentes de fórmio (2) garantem o movimento da vegetação. Além delas, bambus-mossô (3) criam um arco sobre a escada que oferece uma boa sombra para quem acessa a casa a pé. Para estabilizar a encosta, o paisagista plantou grama-amendoim (4), que não exige manutenção, floresce com frequência e ajuda a fixar o nitrogênio no solo. Uma escada lateral permite chegar a um novo patamar sem entrar na casa. É nele que ficam a piscina e a churrasqueira. O muro de pedras conduz os visitantes, dessa vez, seguido por jiboias (5), fórmios, grama-amendoim, orquídeas- bambu (6) e alpínias (7).ora em destaque, ora em segundo plano, as pedras brincam com as plantas e o jardim fica solto, bem natural.
Mesmo fechada em uma caixa de cimento de 1,60m de comprimento, a fonte parece desaguar no caminho de seixos maranhão que percorre este corredor nos Jardins, em São Paulo. autora do jardim com jeitinho brejeiro, a paisagista Paula Galbi apostou em maciços ordenadamente volumosos, que dão a sensação de estarem dentro d’água. Bromélias diversas (1), barbas-de-serpente variegadas (2), clúsias (3), dracenas-arbóreas (4), íris-tigresa (5) e papiros (6) correm pelos dois lados da construção em “U”, aproximando o verde dos grandes panos de vidro.sema finalidade de ser uma área de circulação de pessoas, o corredor foi explorado com espécies mais cheias. ao lado da fonte, que abriga vasos com minipapiros (7) e minicopos-de-leite (8), a paisagista incluiu um banco de sucupira clara. dele, sim, dá para curtir a paisagem.
A parede de pedras madeira esconde a área de serviço desta casa no morumbi, em São Paulo. Visto da varanda, o jardim aberto revela até mesmo o que deveria ficar oculto. Foiapartir disso que os paisagistas Caterina Poli e Sergio Menon, da Grama & Flor, resolveram dispor a parede de maneira que pudesse interagir com o verde. entre as plantas, aparecem jabuticabeira (1), agapantos (2), dianela (3) e lichieira (4), além de uma touceira de arecas-bambu (5). embora não ganhe mais importância do que as plantas, a parede fica emoldurada por elas. É por isso que dáasensação de nunca ter saído de lá.
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